AS DEPRESSÕES: UMA QUESTÃO CLÍNICA E DISCURSIVA?

Amanda Andrade Lima

Resumo


Filiada ao aparato teórico metodológico da Análise do Discurso (PÊCHEUX, 1969; ORLANDI, 1984), bem como ao escopo teórico da Psicanálise a partir da leitura lacaniana de Freud, esta dissertação analisa o funcionamento das determinações históricas que constituem discursos sobre o movimento e aumento das chamadas depressões. Para tal, toma-se como material de análise desta pesquisa o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4th. edition, DSM-IV, em português, conhecido como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, em sua quarta edição (DSM-IV1995). Considera-se o quadro teórico-epistemológico da Análise do Discurso, uma abordagem bastante complexa, pois trabalha nas relações entre alguns saberes e nas rupturas. Trata-se de uma teoria que parece estar sempre nos limites, nas fronteiras, nas margens com relação às demais formas de conhecimento que trabalham com a linguagem. Esta pesquisa abordou mais especificamente as fronteiras entre a Análise do Discurso e a Psicanálise no que diz respeito à análise das depressões, ou seja, analisou-se a materialidade textual do DSM-IV e, ao mesmo tempo, foram tecidas considerações clínicas sobre as depressões. Outro ponto relevante no trabalho foi tomar a palavra ‘depressão’, pela vertente significante. Em outras palavras, queremos dizer que não há sentido a priori, mas no só depois (LACAN, 1998 [1964]). O significante, em si, tal como pensado por Lacan (1998 [1964]), inserido na reflexão da linguística saussuriana, não representa nada. Desse modo, se fez possível discutir o que uma análise discursiva teria a dizer acerca das possibilidades de deslocamento dos discursos sobre as chamadas depressões em determinações ideológicas que atravessam o discurso científico e suas as práticas.


Palavras-chave: depressões; sujeito; discurso; significante.


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