DAS PRÁTICAS DISCURSIVAS ÀS PRÁTICAS SOCIAIS: O IMAGINÁRIO DE LÍNGUA INGLESA NO DISCURSO MIDIÁTICO

Elaine Pereira Daróz

Resumo


Esta é uma pesquisa realizada em meio ao trabalho de investigação da tese de doutorado, sob a orientação da Profa Dra Silmara Dela Silva, em andamento na Universidade Federal Fluminense. Os discursos sobre a língua estrangeira, em especial a língua inglesa, postos em circulação de diferentes formas na mídia nos remetem, em geral, à concepção de língua transparente, visando à completude de um sujeito imaginariamente origem e dono do dizer, colocando em jogo sentidos que atravessam os sujeitos discursivos. Os discursos em circulação na mídia se caracterizam pela sua dispersão e onipresença que, pelo viés da repetibilidade, se apresentam a partir de uma ilusão de literalidade dos sentidos, conferindo-lhes um efeito de verdade. No que tange ao lugar que a Mídia ocupa na contemporaneidade, de acordo com Payer (2004, p. 16), “o valor que a sociedade vem atribuindo à mídia – ou o poder de interpelação que a mídia vem exercendo na sociedade – passa a assegurar-lhe o papel de Texto Fundamental de um novo grande Sujeito, o Mercado, agora em sua nova forma globalizada”. A Mídia, assim, ocupa lugar fundamental na produção de sentidos, operando na instauração de novas demandas de consumo (DELA-SILVA, 2009), cumprindo o papel de (re)produzir (e assegurar) uma memória condizente com as formações ideológicas vigentes com vistas à sustentação do poder. Nesses termos, compreendemos que tais sentidos sobre a língua inglesa, postos em circulação no discurso midiático, deixa pistas sobre o imaginário de língua como objeto desejado (e desejável) do sujeito a fim de usufruir das possibilidades ilusoriamente inscritas numa ilusória “aldeia global”, com interferências no imaginário do aluno sobre a língua inglesa, na medida em que regularizam sentidos sobre a língua inglesa com vistas ao falante ideal e uma representação da realidade. Compreendemos que esses dizeres sobre a língua inglesa na contemporaneidade vão ao encontro do anseio constitutivo de completude do sujeito, promovendo um silencionamento em relação a outros sentidos ali possíveis para este aprendizado. Tomando por base os pressupostos teórico-analíticos da Análise de Discurso de linha francesa, fundada por Pêcheux na França e reterritorializada por Eni Orlandi e demais estudiosos no Brasil, objetivamos uma reflexão sobre as noções de imagem e representação, a partir dos estudos de Dela Silva (2015). Para tanto, tomamos em consideração a noção de um sujeito concebido como representação imaginária (PÊCHEUX, 1969), que se significa na sociedade a partir de filiações a determinadas formações ideológicas para a produção do dizer (PÊCHEUX, 2010). De acordo com Althusser (1970), a ideologia, desde-sempre lá, tem como função ordenar os sujeitos em suas posições a fim de colocá-los em condições de atender às demandas das formações ideológicas vigentes. Na consideração de que a ideologia é um mecanismo de produzir “verdades” (ALTHUSSER, 1970), buscamos uma melhor compreensão dos (efeitos de) sentidos que, a nosso pensar, reverberam nos dizeres dos alunos – quer sob uma linearização, quer pelo atravessamento desses sentidos nos eixos interdiscursivo/intradiscursivo inerentes à produção do dizer (COURTINE, 1982) – com implicações no imaginário do aluno à língua em aprendizagem e, por conseguinte, na sua aprendizagem do idioma.


Palavras-chave: mídia; língua inglesa; Análise de Discurso; aluno.


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